A inevitável escalada da guerra nas fronteiras russas

[...] A guerra nunca partiu, filho. As guerras são como as estações do ano: ficam suspensas, a amadurecer no ódio da gente miúda [...] Mia Couto. O último voo do Flamingo
Nos últimos dias estamos vendo uma guerra que, mesmo ainda localizada, deve mudar os rumos do cenário geopolítico nos próximos anos, quiçá décadas. De fato, a “guerra de demarcação” das novas fronteiras russas contra a Ucrânia extrapola e muito a concretude do horror das imagens. Ela também é simbólica, no sentido de passar uma mensagem ao mundo ocidental sobre seus limites e desejos. Não porque o ditador russo Vladimir Putin queira voltar ao tempo passado da antiga União Soviética (URSS). Ele sabe, mais do que ninguém, que não será possível se reconectar ao outrora paradigma do sistema estatal de governan&ccedil ;a centralizadora que a Rússia impôs aos seus países satélites na denominada “cortina de ferro”. A própria China, hoje a maior potência econômica do planeta e postulante a maior potência mundial em um futuro próximo, não demanda esse feito. Pelo menos por ora.
Então, qual é a real intenção de Putin? É difícil afirmar com certeza, mas podemos ter algumas pistas a partir dos ensinamentos de alguns teóricos.

Carlos Russo Jr.
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